A minha filha
nasceu no dia 07/06/2015 de parto cesárea. Antes que todos pensem que foi opção
da médica, já vou dizendo: não foi! A minha médica tem mais de 40 anos de experiência, em hospitais públicos e é a
favor do parto normal, cesariana para ela só em último caso como foi o meu.
Eu tenho plaquetopenia que é uma
diminuição das plaquetas que participam na coagulação, ou seja, quando eu me
corto eu levo o triplo de tempo que uma pessoa normal levaria para estancar o
sangramento. Com essa condição, um parto normal seria inviável para mim.
Para que a minha filha viesse ao
mundo eu precisaria de bolsas de sangue (O-) e de plaquetas disponíveis no caso
de uma emergência. A bolsa de sangue era mais fácil de conseguir bastava
solicitar ao próprio hospital, o problema eram as plaquetas. As plaquetas não
podem ser guardadas como o sangue, elas duram no máximo cinco dias. Então eu
precisava ter um doador compatível, não é qualquer pessoa que pode doar.
Os pré-requisitos para a doação de plaquetas são inúmeros, da minha
família apenas meu marido e meu irmão se encaixavam. Depois de entrevistas e
exames descobrimos que meu irmão também tem plaquetopenia, apenas o meu marido
seria o doador. A doação foi feita e as bolsas de sangue separadas, era só
colocar a Gabriella no mundo. Só?!
Se engana quem diz que o parto
cesárea é a opção mais fácil. Sinceramente acho que nem para o médico, pois é
uma responsabilidade enorme. Para mim, foi uma opção dolorida. Eu senti dor
antes, a primeira anestesia doeu, eu tremia de frio, eu chorava de nervoso e de
dor. Eu senti dor durante, eu senti minha filha sendo puxada de dentro de mim.
A Gabriella estava tão grudada no meu tórax que foi preciso que três pessoas
subissem em cima de mim para puxa - lá. Eu senti dor depois, todos os
movimentos que eu fazia fosse para tossir dava a sensação que estava
arrebentando os pontos. Além disso, eu tive reação a anestesia, vomitei a bílis
da hora que cheguei ao quarto até o dia seguinte na hora do almoço, vomitava
tudo inclusive água. E meu marido foi um anjo, ficava segurando a bacia para eu
vomitar, num determinado momento segurou a Gabriella com uma mão e a bacia com
a outra. Também tive coceira no nariz. Meu nariz ficou vermelho em carne viva
de tanto que eu cocei. E ainda dizem que a escolha pela cesariana é mais
cômoda...
Mas tudo isso foi muito pequeno
quando finalmente eu peguei a minha filha. Quando eu olhei a Gabriella pela
primeira vez eu esqueci te tudo que aconteceu. Dor? Que dor? Eu era só
felicidade ao ver minha pituquinha linda, perfeita e com saúde.
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